Síntese de uma pesquisa clariceana
Wesclei
Ribeiro Cunha
Muitos são os rótulos vinculados
à escritora Clarice Lispector, de escritora genial e excêntrica a “escritora
alienada”, indiferente às questões sociais. Desde o Ensino Médio, com a leitura
de Laços de família para o exame do vestibular da Universidade Federal do Ceará
(UFC), estes estereótipos relacionados à Literatura de Clarice Lispector
incomodavam-me e, até mesmo, distanciaram-me de suas narrativas. Naquela
oportunidade, eu pouco acertara a interpretação de questões objetivas sobre os
seus contos, logo na primeira fase do vestibular. Relembrei esta experiência
quando abri o livro A paixão segundo G.H.
e li a advertência “A possíveis leitores”: “Este livro é como um livro
qualquer. Mas eu ficaria contente se fosse lido apenas por pessoas de alma já
formada” (LISPECTOR: 1998, p.7). O livro me desafiou, aquelas palavras pareciam
estar destinadas para mim.